CIRTA - Reabilitação Integrada

CIRTA - Reabilitação Integrada
Centro Integrado de Reabilitação e Terapias Aquáticas

DÚVIDAS

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

ACUPUNTURA E REABILITAÇÃO


Trabalhando como médico veterinário, vindo de uma escola de emergências, plantões noturnos, doenças graves, vi muita coisa triste ao longo de minha carreira. Muitos animais morreram em minhas mãos. Relendo minhas histórias nas colunas Du Pet, percebi que contei algumas histórias muito tristes, com finais infelizes. Com exceção de um ou outro caso mais feliz, contei a história da Kira, que morreu de câncer, do Amarelinho, o gato, do cão que esperou a dona para morrer, de meu cachorro, Pituca...
Mas também vi coisas inacreditáveis, milagres, animais que literalmente renasceram.
O caso que vou relatar agora, vi em um curso de acupuntura que fiz ainda na Universidade. Não fui eu quem tratou do cão, mas vi com meus próprios olhos o que aconteceu.
Era uma labradora amarela. Tinha dois anos, e trabalhava para a polícia, procurando drogas. Era um animal treinado, com um faro apurado para entorpecentes ilícitos. Mas infelizmente ela fora atacada pela cinomose, uma virose que, quando não mata, deixa seqüelas que podem ser terríveis. No caso dela, depois de lutar bravamente contra o vírus, e vencer, ficou paraplégica. Perdeu os movimentos das patas traseiras, e conseguia apenas se arrastar com as dianteiras. Um quadro deprimente e assustador.
Então, ela começou a ser submetida a sessões diárias de acupuntura. O policial que trabalhava em dupla com ela levava-a religiosamente às sessões, e, apesar do ceticismo inicial, reconhecia que havia uma melhora, embora fosse lenta e penosa.
Os meses foram passando, e ela recuperava-se cada vez mais. O mais engraçado era ver a cara de alegria da labradora, mesmo sem conseguir andar direito. Ela chegava a abanar freneticamente o rabo durante as sessões, cheia de agulhas pelo corpo.
Depois de seis meses, o acupunturista deu alta para ela. Depois de muito esforço e boa vontade, ela era novamente capaz de andar.
Num teste final, o policial escondeu um pouco de droga atrás da placa de um carro. A cadela foi solta nas imediações e ele disse “procure!” para ela. A labradora saiu em disparada, fuçando, farejando, buscando. Em poucos segundos foi atraída até o carro e começou a latir furiosamente para a placa. O policial retirou a droga de lá, e ela passou no teste final. Voltou ao trabalho que tanto lhe dava prazer.
Milagres acontecem. Curas impossíveis podem ser alcançadas. Há, também, histórias com final feliz.
Ah, e o policial, um homem corpulento e com cara de bravo, chorou como uma criança, sem um pingo de vergonha, quando viu sua companheira de trabalho recuperar-se daquela forma. Chorou muito, enquanto ela lhe lambia as mãos abanando o rabo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário