CIRTA - Reabilitação Integrada

CIRTA - Reabilitação Integrada
Centro Integrado de Reabilitação e Terapias Aquáticas

DÚVIDAS

terça-feira, 27 de outubro de 2009

RAÇÕES TROCADAS


“Dr. Jayme, tenho um cachorro e um gato, ambos vira-latas. Os dois convivem super bem, mas o problema é na hora da comida: o cão quer a comida do gato, e o gato quer a do cachorro! Já me disseram que isso não é certo, e que devo proibi-los de comerem as rações trocadas. É verdade? Se for, como posso fazer para impedir essa troca?”
Cláudia
É, Cláudia, infelizmente tenho que lhe dizer que o gato não pode comer a ração do cachorro, e vice-versa. Ambos os animais acabarão tendo problemas, caso continuem comendo rações trocadas.
As rações dos gatos são mais ácidas, para acidificar a urina e evitar assim que se formem cálculos no trato urinário (problema muito comum nos gatos domésticos). O seu cachorro, comendo essa ração, está se arriscando a desenvolver uma gastrite, que poderá começar com vômitos periódicos, que poderão, se não tratados, evoluir para um problema mais sério. O gato, por sua vez, necessita desse alimento mais acidificado. Comendo a ração do cão, ele terá uma chance muito maior de desenvolver os cálculos que citei anteriormente.
Além disso, não se esqueça de que as rações, que povoam o mercado atualmente, são fruto de intensas pesquisas e são desenvolvidas com o intuito de suprir completamente as necessidades nutricionais dos animais domésticos. Mas cães e gatos são animais muito diferentes e, conseqüentemente, têm necessidades nutricionais diferentes. Quando a ração que comem está trocada, os níveis de proteínas, aminoácidos, vitaminas, gordura e umidade que estão indicados na embalagem, e que foram cuidadosamente desenvolvidos, tornam-se inúteis, pois nesse caso estão direcionadas para os animais errados.
Acredite, cães e gatos são muito mais sensíveis do que se imagina no quesito alimentação. Muitas doenças e males podem ser evitados com um correto manejo alimentar, fornecendo alimentos corretos, evitando besteiras (doces, pedaços de gordura etc.) e fugindo da obesidade.
Aliás, se pensarmos bem, o mesmo serve para nós, seres humanos, que podemos evitar a hiper tensão, a diabetes, o enfarte, e muitas outras doenças apenas pelo expediente de cuidarmos de nossa alimentação.
Enfim, para evitar essa troca indesejada de rações, o ideal é que acostume os dois a comerem em horários definidos – sem deixar que os potes de ração fiquem cheios o dia inteiro, para que comam na hora em que bem entenderem. Depois, é só separá-los na hora da bóia. Eles se verão obrigados a aceitar o que lhes é oferecido. Não ceda, não caia na lábia deles e resista bravamente aos “olhares pidões” de seus bichinhos.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

SOLIDARIEDADE QUE NÃO SAI NOS JORNAIS...

O começo do resgate... ... que terminou com final feliz.
Muito bonito o exemplo de solidariedade, coragem e engenhosidade desses dois garotos, arriscando-se para salvar um vira-latas que se encontrava em maus lençóis. Não fosse por eles, provavelmente o bicho ia mofar ali, até morrer de frio, fome ou exaustão.
Parabéns, heróis!




LANÇAMENTO REVISTA DU PET


Um projeto antigo, de dois grandes amigos dos tempos do colégio Saint John - eu e Bruno Borges, que já publica um jornal de bairro (http://www.durosas.com.br/) e a Revista Orgânica, que é exclusiva do mercado de produtos orgânicos no Brasil -, finalmente saiu de nossas cabeças e pousou no papel.
A idéia era fazer uma revista pet, com matérias, desenhos, fotos, quiz, novidades... enfim, uma revista variada sobre o tema: animais de estimação. A revista saiu, e posto aqui a primeira edição.
O formato é o que consideramos ideal para se ler em qualquer lugar: em uma fila de banco, uma sala de espera, em casa, no trabalho... enfim, uma leitura leve e gostosa para os proprietários, amantes e simpatizantes dos bichos de estimação.

A distribuição é gratuita, e abrange os bairros da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá.
Eu e Bruno fizemos a revista com muito carinho, e esperamos que todos gostem, seja lendo no papel, seja lendo on line.
Grande abraço!

REVISTA DU PET











REVISTA DU PET
















sábado, 17 de outubro de 2009

PSICOLOGIA FELINA


Entender a psicologia dos gatos é algo extremamente complicado, mesmo para veterinários que atendem aos bichanos freqüentemente.
Em primeiro lugar, querer tratar gatos como se fossem cachorros – e digo isso em relação aos donos e aos veterinários – é um erro gritante, e enorme. As duas espécies são muito diferentes, e em muitos casos agem de formas diametralmente opostas.
Os bichanos, em primeiro lugar, têm uma relação “horizontal” em relação ao seu dono. Ou seja, você pode se considerar dono dele, mas ele não o considera assim. Se você conseguir conquistar o coração dele, ele vai te considerar um companheiro, e portanto o tratará como tal. Afinal, um companheiro obedece a tudo? Aceita apanhar? Vai passear puxado por uma coleira?
Gatos são animais peculiares, e não é qualquer pessoa que se dará bem com um deles. Geralmente eles não obedecem, e fazem aquilo que lhes dá na telha: comem quando querem; pedem carinho quando estão a fim, e não aceitam quando não estão no clima; não aceitam visitas com facilidade.
Bater em um gato para discipliná-lo? Hum, bem, não acho uma boa. Primeiro porque provavelmente ele não vai passar a ser mais obediente depois de apanhar, e segundo porque ele pode ficar ressentido com você. Para sempre. Dar um tapinha muito de leve na ponta do focinho ou falar de forma mais autoritária pode funcionar. Bater, nunca.
Coleira? Pode funcionar, mas você vai ter que ter muita, muita paciência. Se colocar a coleira e sair puxando, achando que ele vai te acompanhar, vai logo descobrir o que é passear com um gato pendurado no ar pelo pescoço, ou que burro não é o único animal a empacar. Dá para ensiná-lo a usar coleira, e até passear, mas para isso você deve tirar um dia inteiro só para convencê-lo disso. Faça com que ele perceba o que você quer. Se ele ficar empacado, fique parado também. Deixe que ele comece a andar e então acompanhe. Aos poucos, você pode dar pressões leves na coleira, indicando que quer que ele te acompanhe. No começo ele vai resistir, nem que seja só pelo prazer felino de não obedecer, mas aos pouquinhos ele vai começar a te acompanhar. Só não espere que passear de coleira com um gato seja o mesmo que com um cachorro, ok?
Escolher um animal é mais ou menos como escolher alguém para se relacionar. O certo é tentar encontrar alguém que seja compatível com você, e não escolher alguém cheio de diferenças e tentar mudá-lo.
Cada um na sua.
Grande abraço e até a próxima.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

MICROORGANISMOS

Fungos, bactérias, vírus… famosos indesejáveis microscópicos que estão por aí, causando inúmeras doenças em nossos cães e gatos. Mas quem é quem, afinal, nesse universo invisível?
Em primeiro lugar, esses três microorganismos são distintos e pertencentes a reinos diferentes. Os fungos são estruturas uni ou pluricelulares, pertencentes ao reino “fungi”, ao qual também fazem parte os cogumelos, e comumente causam doenças de pele ou ouvido, entre outras. Os tratamentos são difíceis e normalmente muito demorados. Os antifúngicos tópicos necessitam de muitos dias para fazerem efeito. Já as medicações orais podem causar efeitos colaterais indesejáveis. Os fungos existem no ambiente e habitam o organismo dos animais. São essenciais em determinadas situações. Costumam causar problemas quando há imunossupressão, ou seja, uma queda no sistema imunológico. Exemplos: micose, malassezia, candidíase...
As bactérias também são microorganismos uni ou pluricelulares, pertencentes ao reino “monera” e podem causar inúmeros problemas em quaisquer locais do corpo (pele, olhos, órgãos internos, etc). São muito comuns, e existem em abundância tanto no ambiente quanto dentro do organismo de humanos e animais. Sem as bactérias, seria impossível a vida. Elas participam da digestão de forma crucial, por exemplo. Comumente as bactérias são oportunistas, ou seja, pegam carona em outros problemas para atacarem. Um cão alérgico, por exemplo, pode ficar com infecções de pele de tanto se coçar, ou um gato que sofreu um corte pela unha de outro felino pode ter a ferida infeccionada. Os antibióticos são medicações específicas para combater as infecções bacterianas. Há diferentes bases de antibióticos para as diferentes bactérias que podem atacar os animais. Exemplos: leptospirose, abscessos, piometra...
Já os vírus são organelas microscópicas – muito menores do que fungos e bactérias – que pertencem a um reino próprio. Na verdade, sequer são considerados seres vivos. São muito menores do que uma célula, e portanto não são formados por elas. São, na verdade, aglomerados de átomos. Esses parasitas obrigatoriamente intracelulares invadem as células do hospedeiro e se utilizam de seu dna para se multiplicarem. O tratamento é tão difícil, que existem pouquíssimas medicações que efetivamente os combatem – os chamados antivirais. Na maioria das vezes o que se trata são os efeitos das viroses, tentando manter o organismo o mais forte possível para que combata os vírus. A maior arma contra os vírus é o sistema imunológico. Exemplos: cinomose, aids felina, raiva...
Grande abraço e até a próxima.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

TÁRTARO


“Doutor, tenho um cachorro vira-latas de oito anos de idade. Ultimamente ele tem estado com um bafo terrível. Eu costumo dizer que é “bafo de sardinha”. Ele não pode abrir a boca perto da gente que já vem o cheiro forte. Levei-o a um veterinário que me disse que ele estava com tártaro. Será verdade? Cachorro também tem tártaro?”
Sim, os cães também podem desenvolver o tártaro, assim como os seres humanos. E realmente o tártaro quando em estado avançado no cão, causa um mau cheiro terrível, o tal “bafo de sardinha” de que você falou. Mas isso é o de menos.
Muito mais grave do que provocar mau cheiro, é o fato de que o tártaro causa gengivite. As bactérias se reproduzem causando uma infecção periodontal. Se não tratada, essa infecção acarretará em retração acentuada da gengiva e posterior perda dos dentes. Em casos mais graves, pode haver produção acentuada de pus, que pode ser ingerido pelo animal causando problemas gástricos e intoxicação, além do risco de infecção até no coração.
Como nos seres humanos, a saúde dos dentes é importantíssima, e problemas relacionados a eles podem se refletir em diferentes partes do corpo. Uma higiene adequada é essencial desde que seu cão é filhotinho, acostumando-o desde cedo a deixar que seus dentes sejam limpos diariamente. Agora, entretanto, você deverá recorrer a um tratamento mais incisivo para solucionar de forma emergencial o problema. O seu veterinário, que diagnosticou o problema, provavelmente lhe recomendará a extração do tártaro. Essa tartarectomia pode ser feita de forma manual, com aparelhos convencionais, ou através de aparelho de ultra-som. Quanto à melhor escolha, seu médico veterinário lhe indicará.
O mais importante é você se conscientizar de que esse não é um problema pequeno, e que você não deve negligenciá-lo. Trate agora para evitar problemas muito sérios no futuro.
Além do que, ninguém merece um “bafo de sardinha”!

domingo, 11 de outubro de 2009

CHRISTIAN, O LEÃO


Há inúmeras teorias sobre a capacidade de memória, inteligência, raciocínio de diferentes animais. Muitos estudiosos afirmam terem conseguido delinear um padrão de comportamento para esta ou aquela espécie animal.
Muitos donos de pets, entretanto, teimam em dizer que seus bichos fazem coisas inacreditáveis, que parecem entender tudo o que é dito, etc.
A história que contarei agora é real, apesar de parecer coisa de filme, ficção. É um caso sobre um leão, e a capacidade ilimitada dos animais de nos surpreender.
Tudo começou quando dois homens, os decoradores John Rendall e Ace Berg passeavam pela seção de animais exóticos de uma loja e encontraram um leãozinho, preso em uma jaula apertada. Era o ano de 1969.
Os dois juntaram suas economias e levaram o pequeno leão para casa. Morando em um apartamento, sem muito espaço, eles acabaram conseguindo o jardim e uma igreja para fazer exercícios com Christian, que a essa altura já atendia pelo nome que lhe fora dado. O tempo passou, e Christian cresceu, como já era de se esperar. Grande demais para viver em um apartamento, o leão precisava de espaço, muito mais espaço. Seus donos, aliás, muito mais amigos do que donos, fizeram das tripas coração e conseguiram levá-lo para a África, onde o animal conseguiu se adaptar, tornando-se inclusive o líder de seu grupo.
Um ano depois, os dois amigos decidiram visitar Christian. Foram avisados por especialistas, profissionais que trabalhavam no parque, que era impossível que o leão se lembrasse deles, e que era muito perigoso ficar frente a frente com o animal agora selvagem.
Indiferentes aos apelos dos especialistas, John e Ace foram até onde estava Christian, e o chamaram, como costumavam fazer um ano antes.
O rei da selva olhou de longe para os dois homens, levantou-se de onde estava e começou a se aproximar. Conforme a distância entre eles diminuía, o animal acelerava, passando a correr. Qualquer pessoa ficaria com medo ao ver um leão vindo correndo em sua direção. Mas os dois amigos sorriam, certos da reação e seu velho companheiro.
Bem, tentei escrever o final dessa história de várias formas, mas acabei desistindo. Há coisas que as palavras não são capazes de descrever. Por isso, para saber o final desse caso, entrem no link: http://www.youtube.com/watch?v=b96OITm42wA

sábado, 10 de outubro de 2009

9 DE SETEMBRO FOI DIA DO MÉDICO VETERINÁRIO


Você sabia?

Pois é, médico veterinário também tem um dia especial. É um dia para celebrar o profissional que atua em tantas áreas diferentes, ajudando a melhorar o mundo como um todo.
Os campos de atuação desse profissional variam muito, indo desde cuidar dos animais de estimação (cães, gatos, aves, hamsters, furões, etc), até inspecionar produtos de origem animal que serão destinados ao consumo humano - como carne, leite, ovos, laticínios e pescado -, passando ainda pelos profissionais que atuam em laboratórios de pesquisa e diagnóstico, que trabalham com animais selvagens na natureza ou em zoológicos ou que trabalham com meio ambiente. É uma profissão de muitas caras, todas com o mesmo objetivo de proteger os animais e melhorar a vida das pessoas.
Curiosidades
- O primeiro sinal da atividade de médico veterinário data de 4000 antes de Cristo, e é retratado no papiro de Kahoun.
- Em 1762, na França, entra em funcionamento a primeira escola de veterinária do mundo.
- A Salmonela foi descoberta por um médico veterinário, o Dr. Daniel Salmon, um pioneiro no combate a doenças infecciosas.
- Foi diplomado, em 1915, o primeiro veterinário formado no Brasil, o farmacêutico Dionysio Meilli. Dois anos depois aconteceu a formatura da primeira turma de medicina veterinária do Brasil, na Escola Superior de Agricultura e Veterinária (atual Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro).
- Década de oitenta. Pesquisadores começam a confirmar o que as pessoas já suspeitavam há tempos: animais de companhia são uma boa forma de medicina (um dos melhores exemplos é a equoterapia para pessoas portadoras da síndrome de Dawn)
- O médico veterinário Peter Doherty recebeu o prêmio Nobel de Medicina, em 1996.
- Hoje e sempre: o mercado vem evoluindo, e cada vez mais os profissionais que trabalham com animais de companhia são valorizados. Os pet são considerados membros da família.
Grande abraço e até a próxima!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

AGORA ONLINE

Começando...
Desde antes de entrar para a universidade, sempre adorei escrever. Sobre tudo. Ainda durante a faculdade, comecei a escrever colunas sobre o universo dos animais de estimação. Desde então, não parei mais,e hoje já tenho mais de oitenta matérias publicadas em jornais e revistas.
Agora, resolvi selecionar os melhores textos - além de escrever outros tantos novos, sobre temas atuais - e colocá-los aqui, nesse blog. O intuito é que os proprietários e amantes de animais de companhia tenham um espaço online onde possam tirar dúvidas (lendo as muitas matérias sobre doenças e problemas comuns na clínica veterinária), refletir sobre textos opinativos (falando sobre eutanásia, abandono, adoção...) e se divertir e se emocionar com as histórias reais que colecionei ao longo de anos de profissão.
Formei-me pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e guardo ótimas recordações dos anos em que morei na cidade perdida de Seropédica. Os amigos que fiz, as aulas inesquecíveis, os cursos e palestras, os três anos de estágio no Hospital veterinário de Pequenos Animais...
Espero que gostem do blog, e que sintam-se à vontade para comentar, criticar, perguntar o que quiserem.
Grande abraço.................