CIRTA - Reabilitação Integrada

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Centro Integrado de Reabilitação e Terapias Aquáticas

DÚVIDAS

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Humanização dos pets

Os animais de estimação vêm ganhando cada vez mais espaço na nossa sociedade. O número de casas com pets vêm crescendo exponencialmente. Cães e gatos, principalmente, estão entranhados em nossa cultura e as pessoas sentem os benefícios de terem essas companhias especiais dentro de casa.
Isso é fantástico, e é um fato os benefícios que a presença desses amigos trazem para nossa vida.
O efeito colateral dessa convivência, é que muitas pessoas estão humanizando seus cães e gatos, e tentando, inconscientemente, tratá-los cada vez mais como se fossem pessoas.
Entendo que isso nada mais é do que o reflexo do imenso amor que as pessoas sentem por seus amigos de quatro patas. Mas tratar seus pets dessa forma não é algo saudável, nem para você, nem para seu amigo.
Cães e gatos são bem diferentes entre si. Já escrevi uma matéria aqui sobre isso. Tentar tratar os dois da mesma forma não dá certo. Da mesma maneira, não dá certo tentar tratar como se fosse seres humanos pequenos e peludos.
Gatos têm uma forma peculiar de sociedade. São animais solitários, predadores noturnos, muito sensíveis em relação ao ambiente e às pessoas que se aproximam. Se estressam muito facilmente com coisas que para nós são naturais e cotidianas, como barulhos altos, luzes fortes ou mesmo tomar banho. Tirar seu gato de casa para qualquer coisa deve ser considerado com muito cuidado e sensibilidade Se para nós sair de casa é natural e desejável, para eles é um momento de estresse, onde ele não sabe onde está indo, o que está acontecendo, vai se assustar com barulhos, cheiros e imagens diferentes e conflitantes. Isso não é frescura dele, ou culpa dele. É apenas a natureza desses animais.
Cães são mais físicos, gostam de carinho, abraço e colo. São nossos amigos, uma amizade profunda e sem interesse. Mas eles têm gravado em seu DNA um sistema social onde é necessária a figura do líder. É o jeito deles, a natureza deles. Têm que haver um líder. Para o cão, a sua família é a matilha dele. Seja só ele e você, ou seja ele, você, empregada, filhos, avó… Essa é a matilha dele. Se ele não detectar um líder, então o DNA dele lhe dirá que ele deve ser o líder. Nesses casos, cães que seriam mansos e de fácil trato acabam se tornando animais agressivos, que latem para tudo e não obedecem. Têm que haver um líder, e o ideal é que seja você. Ele vai gostar de ser liderado, de obedecer, e continuará sendo seu grande amigo. É a forma de sociedade que ele conhece e sabe se inserir.
Lembre-se: para ter uma relação saudável com seu amigo, o ideal é que o compreenda e respeite suas características e limitações.
Na verdade isso seria o ideal em todas as relações, inclusive entre nós, seres humanos…

Grande abraço e até a próxima!

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Úlcera de córnea



De repente você nota uma mudança no seu cão.
Um dos olhos dele está quase completamente fechado, enquanto o outro permanece normal. Além disso, ele está lacrimejando muito exatamente desse olho que está mais fechado.
Passa o tempo, e ele começa a coçar o olho, passando a pata repetidas vezes sobre o local.
O que pode ser isso? Será que entrou alguma coisa no olho do seu amigo? Será que um colírio que lhe indicaram pode resolver o problema? Talvez a famosa água boricada possa curá-lo, sem necessidade de ir ao veterinário…
Com olho não se brinca! Um dos órgãos sensoriais mais importantes, é também um dos mais frágeis. Em caso de qualquer alteração visível, leve seu amigo imediatamente ao médico veterinário.
No caso acima, descrevi sintomas que podem estar relacionados a um problema grave: a úlcera de córnea.
A córnea é a camada mais externa do olho. Muitas vezes, os cães enfiam a cara dentro de arbustos para cheirar algo e podem furar a córnea em plantas afiadas. Esses furos lesionam a córnea, causando ulcerações. Esse furo pode servir de porta de entrada para microorganismos nocivos, como bactérias.
O caso passa a ser de urgência, porque se não tratada corretamente, e rápido, a úlcera pode progredir até o ponto do cão perder aquela vista. Ou, mesmo que se cure, caso a úlcera tenha avançado muito, o olho pode ficar com uma cicatriz esbranquiçada que pode dificultar a visão pelo resto da vida.
Há colírios que podem piorar muito o problema. Resumindo: corra com seu cão para o médico veterinário caso suspeite de alguma lesão no olho do seu amigo. Não aceite sugestões de conhecidos ou vizinhos, e não coloque nenhum colírio sem que seu médico veterinário recomende.
Úlcera de córnea tem tratamento, desde que diagnosticada rápido e tratada de forma correta.

Grande abraço e até a próxima.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Meu cachorro não quer comer!

Entendi. Seu cachorro não quer comer nada, e você está, obviamente, muito preocupado.
Será alguma doença grave? Talvez um distúrbio gastro-intestinal severo?
Vamos com calma.
Claro que a primeira coisa a se fazer é levá-lo ao médico veterinário. Lá, ele fará todas as avaliações, e pedirá os exames que julgar necessários. Mas seu cão não apresenta nenhum sintoma: apesar de não querer comer, continua correndo, brincando, animado. Os exames está perfeitos. O que está acontecendo?
Vamos analisar com calma. Os exames estão perfeitos, ele continuam animado, e apenas não quer comer. Mas não quer mesmo?
Será que ele está comendo outra coisa? Veja se não há alguém na sua casa que pode estar dando pão, bolo, biscoito, resto de comida… talvez esse alguém seja você mesmo!
Segundo passo: repare se quando você coloca a ração no pote, ele come na hora, ou a ração fica ali à disposição dele o dia inteiro. Se for a segunda opção, como você poderá ter um controle seguro se ele está comendo ou não? Talvez o pote esteja cheio demais, e ele come um pouco e fica satisfeito. Daí vem você e enche o pote de novo.
Terceiro, preste atenção se quando ele rejeita a ração, você corre para dar algum agrado: seja carinho, seja trocar o sabor da ração, seja dar na boca…
Cães são muito espertos, e se percebem que quando fazem alguma coisa recebem carinho, atenção, agrados, tendem a repetir esse comportamento. Ou seja, se eles percebem que quando não comem ganham alguma coisa, a tendência é que evitem comer para “ se darem bem”.
Trocando em miúdos, caso o veterinário diga que está tudo bem com seu amigo, e lhe diga “coloque a comida e imponha horários de refeições: café da manhã, almoço e jantar. Caso ele não coma, tire o pote e só coloque de novo na refeição seguinte. Ele vai comer.”, acredite! Isso é mais comum do que se pensa.

Grande abraço e até a próxima!

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Antibióticos


“ Olha, eu tenho uns antibióticos lá em casa que sobraram da última vez que meu cachorro ficou doente. Vou dar alguns para ele. Mal não vai fazer, certo?”
Parece exagero dizer, mas esse tipo de pensamento leva a problemas muito sérios que estão acontecendo, tanto na medicina humana , quanto na veterinária.
Antibióticos são medicamentos importantíssimos, grandes armas no combate às bactérias. Quando surgiram, revolucionaram a medicina, pois possibilitaram o tratamento de inúmeras doenças que até então matavam com frequência. Mas os antibióticos tratam apenas infecções por bactérias. Fungos, vírus, alergias ou doenças auto-imunes não são tratáveis por esse tipo de medicamento.
O grande problema em se dar um antibiótico para combater um problema que não seja causado por bactérias é que, além dele ser inútil nesse caso, ainda atrapalha, pois pode ajudar a doença (em casos de infecção fúngica, por exemplo, os antibióticos podem matar bactérias benignas e desbalancear a fauna e flora de determinado local)
Além disso, cada antibiótico tem um espectro de ação, e é indicado para problemas específicos. Muitas bactérias reagem a determinados antibióticos, mas não a outros. Quando você dá a medicação errada para seu cão ou gato, sem o conhecimento e o acompanhamento do médico veterinário, pode estar, sem querer, selecionando as bactérias mais resistentes, e criando uma infecção que será muito mais difícil de ser combatida.
A duração do tratamento é outro fator importantíssimo e determinante no sucesso do combate à doença, bem como as doses corretas de acordo com o peso do seu amigo e com o tipo de bactéria que está atacando: caso você dê uma dose muito baixa, ou por um tempo muito curto, pode selecionar bactérias resistentes. Caso dê doses altas demais, ou ministre os antibióticos por mais tempo do que deve, pode intoxicar o seu cão, sobrecarregando seu fígado ou seus rins.
Em suma, por favor jamais dê qualquer medicação para seu amigo sem falar com o médico veterinário primeiro. Em especial antibióticos.
Grande abraço e até a próxima.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Vacinas são importantes

Recentemente, uma nova onda surgiu: médicos que são contrários às vacinas.
Alguns médicos estão pregando que as mães não levem seus filhos para as campanhas de vacinação, e citam uma série de problemas que as vacinas causariam em seus filhos. O resultado é que há alguns meses, nos Estados Unidos, houve um grande surto de catapora - doença que estava praticamente erradicada há muitos anos. As autoridades tiveram que vir à público para pedir que os pais vacinassem seus filhos.
Longe de mim querer me meter nesse assunto, até porque não tenho argumentos científicos para falar sobre as vacinas humanas.
Mas posso transportar esse debate para o meu campo de atuação. E se a moda pega entre os médicos veterinários?
Antes que isso comece a acontecer, me antecipei e formei uma opinião sobre isso.
Sou contrário, totalmente contrário, à não-vacinação dos animais de estimação.
Durante décadas, alguns dos mais brilhantes pesquisadores do mundo, vêm se esforçando para desenvolver vacinas que ajudem aos animais a se livrarem de uma série de doenças mortais. Antes das vacinas, a raiva era uma praga, uma doença incurável que matava cães e gatos aos milhares, e que, quando contraída pelo ser humano, também era fatal. Outras doenças matavam aos milhares: cinomose nos cães e panleucopenia nos gatos são exemplos disso.
No começo da minha carreira, trabalhando em locais onde os clientes não tinham grande poder aquisitivo, e havia muitos que não vacinavam seus cães, tive a chance de ver dezenas de casos de cinomose. O cão fica com diarreia, vômitos, infecções no trato respiratório, nos olhos, e, acima de tudo, problemas neurológicos. A doença, extremamente contagiosa (geralmente acometia a ninhada inteira de filhotes), mata impiedosamente na maioria dos casos. Eu via vários animais ficando internados, tentando tratar os problemas decorrentes da doença, e morrendo mesmo assim. Seus donos gastavam muito dinheiro, em vão. Outros conseguiam se livrar do vírus, e ficavam com sequelas neurológicas que iam de tiques até convulsões, tendo que tomar remédios a vida inteira.
Atualmente, 100% dos meus clientes vacinam seus animais regularmente. Resultado: não vejo um caso de cinomose, ou qualquer outra doença para que haja vacina, há muitos anos.
As vacinas são aliados inestimáveis na luta contra as doenças que podem matar nossos animais de estimação.
Qualquer corrente contrária a isso se baseará em teorias perigosas, que se postas em prática poderão colocar em risco a vida do seu amigo. Será que vale a pena colocar a vida do seu animal de estimação nas mãos do acaso?
Vacine, sempre!
Grande abraço e até a próxima!

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Livro: "Descomplicando a Veterinária"








DESCOMPLICANDO A VETERINÁRIA


Atualmente, existem no Brasil milhões e milhões de animais de estimação, essencialmente cães e gatos. 
A importância que esses companheiros têm em nossa sociedade tem crescido muito ao longo dos anos. Antigamente, cães e gatos eram alimentados com restos de comida, trancados do lado de fora de casa e eram banhados com sabão de coco quando estivessem muito sujos. Hoje é difícil ver um animal de estimação que não coma ração, não frequente pet shops que mais parecem salões de beleza e não faça parte da família.
 Há muitos anos escrevo matérias sobre os mais diversos temas do universo dos animais de estimação. Sempre recebi inúmeros emails dos leitores, elogiando, criticando ou querendo tirar dúvidas sobre as colunas. Recentemente, decidi compilar as melhores matérias em um livro, que acaba de ser lançado pela editora Multifoco.
O objetivo do livro é o de estreitar mais ainda os laços afetivos entre as pessoas e seus animais de estimação, tirando dúvidas fundamentais e contando casos reais que presenciei em minha profissão de médico veterinário.
Dividido em tópicos individuais, que podem ser lidos em minutos, não segue uma linha narrativa fixa. É um livro de consulta para ser lido antes de ir para o veterinário para que ele veja os dentes, os ouvidos, a pele do seu amigo. É um livro comovente, com histórias reais de amor, abandono, persistência, amizade, dedicação.
É um livro, sobretudo, para aqueles que amam seus animais de estimação, seus amigos do peito, seus fiéis companheiros.
O livro pode ser adquirido através de pedido diretamente ao autor, pelo email: jaymesandall@ig.com.br


* Jayme Sandall é médico veterinário desde 2002, quando se formou pela UFRRJ.
Já fez mais de quatro mil atendimentos em cães e gatos nas mais diversas situações. Começou sua carreira como plantonista em uma clínica 24 horas, trabalhando no setor de emergências, no horário da noite. Mais tarde, passou a trabalhar também no horário diurno. Trabalhou em algumas clínicas durante anos, como clínico e cirurgião geral. Atualmente, dedica-se exclusivamente aos atendimentos em domicílio e à literatura.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

AIDS Felina





Na década de oitenta, a sigla AIDS ficou muito conhecida, e espalhou o terror entre as pessoas de todo o mundo. Atualmente, se fala de AIDS felina. Será que a doença sexualmente transmissível que vem apavorando o mundo nas últimas décadas pode também atingir nossos gatos de estimação?
Felizmente, não.
É verdade que os gatos podem contrair AIDS. Mas apenas a sigla (em inglês) é igual. Não se trata da mesma doença, e portanto não há o menor risco de contágio – nem dos gatos pela AIDS humana, nem das pessoas pela AIDS felina.
Assim como nos humanos, a AIDS felina também é causada por um vírus. Ele ataca o sistema imunológico, destruindo as células de defesa, até deixar o organismo desprotegido contra quaisquer doenças. Dessa forma, seria correto dizer que o gato não morre devido à AIDS em si, mas sim acometido por outras doenças das quais não terá como se defender, já que seu sistema imunológico está muito prejudicado.
O contágio se dá através do contato com a saliva ou o sangue de gatos infectados. Ou seja, é muito fácil um gato soropositivo infectar outro, porque eles vivem se lambendo, e quando brigam, se mordem e se arranham.
Infelizmente, ainda não há uma vacina que previna a AIDS felina. E quando o gato se infecta, não há tratamento ou cura.
É muito importante, entretanto,descobrir se o seu gato é portador dessa doença. Caso haja qualquer dúvida – os principais sintomas são perda de apetite, emagrecimento, letargia, febre, linfonodos (gânglios) inchados -, peça ao seu médico veterinário que faça o exame. Caso on resultado seja positivo, você deve tomar alguns cuidados. Em primeiro lugar não permitir que o gato doente entre em contato com outros gatos, em hipótese alguma. Dessa forma você evitará a disseminação da doença. Além disso, é importante que desse dia em diante você seja muito cuidadoso com o seu bichano, evitando de todas as formas possíveis que ele contraia alguma outra doença, desde verminoses até doenças de pele, pois isso poderá levá-lo à morte.
A prevenção – evitar que seu gato entre em contato com gatos de rua ou de procedência desconhecida – é a melhor forma de se evitar a doença.
Grande abraço e até a próxima.