CIRTA - Reabilitação Integrada

CIRTA - Reabilitação Integrada
Centro Integrado de Reabilitação e Terapias Aquáticas

DÚVIDAS

domingo, 20 de dezembro de 2009

DENGUE


A Dengue é uma doença causada por um vírus, e transmitida por um mosquito que infelizmente adora a nossa cidade do Rio de Janeiro. Bem, e quem não adora?
Essa doença atinge as regiões sudeste, nordeste, e centro-oeste, além de partes da região norte e o norte do Paraná.
O tal mosquito, o Aedes aegypti chegou por essas bandas sem ser convidado, trazido para a América do Sul através de barcos, no período colonial. Infelizmente, com o passar dos anos, a situação tem ficado mais e mais propícia para sua proliferação, pois a fêmea do mosquito necessita de sangue para a maturação de seus ovários, e nada melhor do que muitas pessoas juntas, pois a oferta de sangue é ilimitada. As grandes cidades propiciam exatamente isso.
Depois de sugar o sangue, a fêmea procura um local para colocar seus ovos. E esse local, como a maioria das pessoas sabe, é água parada. Então, pela milésima vez, NÃO deixem nenhum recipiente que possa conter água parada dando sopa, porque o Aedes vai agradecer muito por isso. Para aqueles que possuem plantas, coloquem areia no pratinho, ou uma colher de água sanitária. Não facilitem, até porque ter pego dengue uma vez não quer dizer que você não vá pegar mais. Ao contrário, quem já teve mais de uma vez diz que a doença fica cada vez pior.
O mosquito da dengue mede cerca de um centímetro. Ou seja, é minúsculo! Aqueles mosquitões que entram dentro da nossa casa de vez em quando, e que levam todo mundo à loucura (“olha o mosquito da dengue!”), não são os vilões da história. Esses micro-mosquitos gostam mais de atacar enquanto há luz do dia – amanhecer e entardecer, principalmente. Entretanto, apesar de não gostarem de atacar à noite, há suspeitas de que alguns o fazem. E, para azar nosso, a picada não costuma doer ou coçar na hora. Então a gente nem percebe. Eles papam nosso sangue e se mandam na surdina.
A melhor forma de combater essa doença tão típica do verão carioca é eliminarmos os focos de reprodução do mosquito. Todos nós.
Ah, e só para lembrar, esse mesmo mosquito também pode transmitir a febre amarela. Mas para essa, por sorte (e competência de pesquisadores), existe vacina.
Para quem quiser saber mais sobre a dengue: http://www.dengue.org.br/

domingo, 6 de dezembro de 2009

SOLIDARIEDADE CANINA







Mais uma vez os animais nos dão um exemplo de solidariedade. Essa cadelinha, uma teckel dourada, "adotou" um leitãozinho, tratando-o como se fosse um filhote seu.
As imagens falam por si.
Um abraço.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

ACUPUNTURA E REABILITAÇÃO


Trabalhando como médico veterinário, vindo de uma escola de emergências, plantões noturnos, doenças graves, vi muita coisa triste ao longo de minha carreira. Muitos animais morreram em minhas mãos. Relendo minhas histórias nas colunas Du Pet, percebi que contei algumas histórias muito tristes, com finais infelizes. Com exceção de um ou outro caso mais feliz, contei a história da Kira, que morreu de câncer, do Amarelinho, o gato, do cão que esperou a dona para morrer, de meu cachorro, Pituca...
Mas também vi coisas inacreditáveis, milagres, animais que literalmente renasceram.
O caso que vou relatar agora, vi em um curso de acupuntura que fiz ainda na Universidade. Não fui eu quem tratou do cão, mas vi com meus próprios olhos o que aconteceu.
Era uma labradora amarela. Tinha dois anos, e trabalhava para a polícia, procurando drogas. Era um animal treinado, com um faro apurado para entorpecentes ilícitos. Mas infelizmente ela fora atacada pela cinomose, uma virose que, quando não mata, deixa seqüelas que podem ser terríveis. No caso dela, depois de lutar bravamente contra o vírus, e vencer, ficou paraplégica. Perdeu os movimentos das patas traseiras, e conseguia apenas se arrastar com as dianteiras. Um quadro deprimente e assustador.
Então, ela começou a ser submetida a sessões diárias de acupuntura. O policial que trabalhava em dupla com ela levava-a religiosamente às sessões, e, apesar do ceticismo inicial, reconhecia que havia uma melhora, embora fosse lenta e penosa.
Os meses foram passando, e ela recuperava-se cada vez mais. O mais engraçado era ver a cara de alegria da labradora, mesmo sem conseguir andar direito. Ela chegava a abanar freneticamente o rabo durante as sessões, cheia de agulhas pelo corpo.
Depois de seis meses, o acupunturista deu alta para ela. Depois de muito esforço e boa vontade, ela era novamente capaz de andar.
Num teste final, o policial escondeu um pouco de droga atrás da placa de um carro. A cadela foi solta nas imediações e ele disse “procure!” para ela. A labradora saiu em disparada, fuçando, farejando, buscando. Em poucos segundos foi atraída até o carro e começou a latir furiosamente para a placa. O policial retirou a droga de lá, e ela passou no teste final. Voltou ao trabalho que tanto lhe dava prazer.
Milagres acontecem. Curas impossíveis podem ser alcançadas. Há, também, histórias com final feliz.
Ah, e o policial, um homem corpulento e com cara de bravo, chorou como uma criança, sem um pingo de vergonha, quando viu sua companheira de trabalho recuperar-se daquela forma. Chorou muito, enquanto ela lhe lambia as mãos abanando o rabo.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

GATOS NÃO SÃO PRAGAS


Já escrevi algumas vezes sobre animais de rua. Mas esse é um assunto que nunca se esgota. Nunca é demais lembrarmos disso.
Aqui na Barra é comum – especialmente dentro ou ao redor de condomínios – vermos gatos de rua, que vagueiam livres pelas ruas. Geralmente esses bichanos são mantidos pela boa vontade de algumas pessoas, que levam alimentos e às vezes, quando possível, mandam castrar esses animais – a melhor forma de conter a superpopulação.
Mas, do outro lado da moeda, há as pessoas que detestam esses gatos de rua, que sonham em chegar em suas casas e não ter que olhar para os felinos. Alguns acham que a solução é extermina-los, mata-los, dar um sumiço permanente neles.
Quem está acostumado a ler minhas colunas sabe que, apesar de ser um defensor dos animais, sou acima de tudo um defensor dos seres humanos. Por isso sou contra cães que passeiam sem coleira (e sem focinheira no caso dos grandes), prego que os proprietários coletem as fezes de seus animais, sou a favor do combate a pragas como ratos e pombos, aviso dos perigos de se ter um cachorro grande convivendo com uma criança pequena ou sobre os cuidados que uma mulher grávida ou que deseja engravidar deve ter com seu gato de estimação.
Dito isso, posso dizer sem medo de parecer parcial que os gatos de rua não são pragas. Obviamente deve-se tentar fazer um controle, e a melhor forma disso é a castração deles, pois assim não se reproduzem mais. Por isso deixo aqui um conselho para aqueles que desejam dar um fim ao problema: em vez de pressionar o condomínio ou a administração do seu prédio para que os bichanos sejam exterminados, pressione para que se contratem veterinários que castrem todos os gatos. Com isso, eles não vão mais se multiplicar. Depois, para dar “fim” nos que já existem, a adoção é a solução.
Para os defensores dos bichanos, recomendo que os vacinem. Isso pode ser feito nas campanhas anuais do governo (contra a raiva, ao menos), ou levando veterinários para, uma vez ao ano, darem aos felinos a vacina de raiva e a quádrupla felina.so pode ser feito nas campanhas anuais do governo (contra a raiva, ao menos), ou levando veterino dos perigos de se ter um cach
Sem esquecer que geralmente onde há gatos de rua não há ratos, esses sim transmissores de doenças muito perigosas para o ser humano (como a leptospirose e até a peste bubônica – esta última transmitida pelas pulgas dos ratos). Gatos são caçadores de ratos, isso não é lenda.
Aproveito o espaço desse jornal para fazer um apelo a todos que desejem ajudar: se conhecerem alguém que deseje adotar um gato vira-lata, entrem em contato com esse blog, pois sempre há pessoas que falam comigo, oferecendo gatinhos para adoção.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

CALOR NOCIVO




Vem chegando o verão…
A estação mais badalada de todas chega trazendo alegria, praia, muito sol, e…calor! Aqui, no Rio de Janeiro, o calor do verão beira o insuportável nos dias de sol. Se as pessoas não passarem o dia inteiro em ambientes com ar condicionado, fatalmente suarão, e muito. Comumente chegamos em casa com a roupa molhada de suor nesses dias mais quentes.
Por mais que reclamemos do suor, entretanto, ele é algo espetacular, uma forma natural de regulação de temperatura, e uma tentativa do nosso corpo de nos resfriar. Podemos dizer que é um “radiador” corporal.
Cães e gatos, infelizmente para eles, não suam, e portanto não têm uma capacidade tão boa quanto a nossa de amenizar o calorão. Por isso deve-se ter muito cuidado nessa época do ano. Sem suar, o organismo dos peludos tenta de outras formas se resfriar, aumentando a freqüência respiratória, por exemplo, usando o ar para tentar trocar o calor do corpo com o ambiente. São como os Fuscas, carros sem radiador. É comum também vermos nossos amigos deitados sobre uma superfície fria, de pernas abertas, encostando a barriga no chão. Isso além de ficarem letárgicos, deitados preguiçosamente o dia inteiro. Mas na verdade não é preguiça, mas sim o metabolismo que desacelera, na tentativa de baixar a temperatura.
O calor parece um simples incômodo, algo que nos deixa irritados e impacientes. Mas para cães e gatos é muito mais sério.
Infelizmente já presenciei algumas mortes por causa do calor. Foram casos extremos de proprietários que colocaram seus cães para caminhar ou correr com eles na praia, sob o sol. Os pobres caninos acabaram falecendo na clínica, vítimas de hipertermia grave. A temperatura e a pressão sobem tão violentamente que fica quase impossível de se salvar o paciente.
É imprescindível que se tome uma série de cuidados ao longo dessa estação onde os dias de calor insuportável são mais comuns.
Em primeiro lugar, deve-se manter tanto cães quanto gatos tosados, com os pêlos bem baixos. A estética deve ser deixada em segundo plano. Se você não quiser tosar porque acha que ele ficará mais feio, tente se imaginar, num dia desses de calorão, usando um casaco grosso, felpudo, que cubra braços, pernas, cabeça... enfim, o corpo todo. Nada agradável? Pois para eles é mais ou menos assim.
Depois, deve-se evitar exercícios nos horários de pico de calor, e jamais sob o sol – principalmente animais de pêlo preto, cor que absorve o calor do sol. Passeios e brincadeiras, de preferência à noite, e mesmo os passeios curtos devem ser feitos de manhã bem cedo, ou sob a sombra. Água deve ser deixada em vários potes espalhados, para que eles bebam à vontade.
Toda vez que estiver sofrendo com o calor, pense com carinho no seu melhor amigo. Com certeza ele está sofrendo ainda mais.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

BANHO EM GATOS E O ESTRESSE




O estresse é uma doença. É um mal real, hoje sabemos, e que pode levar a uma série de problemas de saúde, inclusive à morte. E o estresse é um problema muito sério também para os gatos de estimação.
Algumas pessoas podem pensar: mas como um gato pode ficar estressado? Isso não existe...Bem, não só existe, como custa a vida de alguns bichanos nos casos mais graves. Aqueles que têm o prazer de desfrutar da companhia de um gato – sim, porque ninguém é dono de um gato. Amigo sim, mas dono não – sabem que esses animais são muito diferentes, têm suas particularidades e peculiaridades. São bichos que devem ser tratados com cuidado, atenção e jeito. Não se pode forçar um gato, bater nele, agarrá-lo com violência se ele não quiser fazer algo, salvo em casos extremos – como quando ele tem que tomar alguma medicação, ou ir ao veterinário, coisa que apesar dele odiar de todo coração, às vezes salva sua vida. Mas notem, mesmo no veterinário, ele deve ser tratado com calma e paciência, pois da mesma forma, agarrá-lo com estupidez pode fazer com que uma simples injeção vire um inferno para todos.
O banho, por exemplo, é algo a ser pesado com muita atenção. Deve-se, afinal, mandar dar banho em gatos nas pet shops? Depende.
Depende da reação de seu gato na hora do banho. Existem várias pet shops cujos profissionais de banho e tosa têm um jeito especial para tratar os animais. E não é modo de dizer. Eu conheço um que pega nos cães mais bravos sem focinheira e eles vão com ele abanando o rabo...
Mesmo assim, a reação do seu gato deve ser avaliada. Se ele entrar na caixinha com tranqüilidade, chegar ao local do banho meio ressabiado, mas não histérico, e se portar com calma durante o banho ótimo. Vá em frente e mande-o para o banho sem medo. Mas se ele se estressa desde o momento em que vê a caixinha, chega à pet shop miando desesperado, rosnando e tentando atacar, e só toma banho totalmente amarrado, enquanto respira de boca aberta e fica com as pupilas super dilatadas, sinal amarelo. Recomendo que reavalie sua decisão de dar banho nele, pois, acredite, essa carga de estresse vai fazer muito mal a ele, e não é impossível que ele chegue até a morrer de desespero. Conheço um caso real de um gato que morreu durante um banho, e a culpa não foi do profissional que o banhava. Simplesmente aquilo era tão estressante para o bicho que ele teve um ataque cardíaco.
Não desejo com essa matéria apavorar ninguém. Peço apenas que sintam as reações de seu amigo, prestem muita atenção à forma como ele se porta antes, durante e depois do banho. O estresse é um problema sério, sobretudo nos gatos.

sábado, 7 de novembro de 2009

OTITE




“Doutor, tenho um cão da raça Labrador, de quatro anos de idade. Vira e mexe ele coça os ouvidos. Eu já limpei com vários produtos, inclusive álcool, mas ele nunca melhora 100%. E ainda por cima, de uns tempos para cá, tem saído um cheiro muito forte do ouvido dele. Às vezes tenho a impressão de que ele piora depois de tomar banho. O que acha que pode ser? Cachorro também tem otite?”
Luiz Cláudio
Algumas raças de cães têm predisposição para certas doenças. O Labrador, por exemplo, é um cão que realmente tem tendência a apresentar problemas de ouvido.
Respondendo diretamente à sua pergunta: sim, cão também tem otite, assim como os seres humanos. E, quem já teve otite sabe muito bem, esse problema causa muita dor e desconforto, que nos cães se manifesta através de prurido (coceira). E, se você mexer na orelha afetada, provavelmente seu cão vai reclamar de dor. O mau cheiro também está diretamente relacionado, pois tanto as infecções bacterianas quanto as fúngicas apresentam um odor muito forte e desagradável.
Mas quais podem ser as causas dessa otite, e pode o banho realmente estar piorando a situação? Vejamos: A otite, em cães, pode ser causada por alguns fatores, dos quais o principal é a presença de água ou umidade no conduto auditivo. Quando um cão toma banho, deve-se tomar muito cuidado para que a água não entre nos ouvidos. Pode-se colocar algodão nos dois ouvidos, fazendo um verdadeiro tampão que impedirá a penetração da água. O problema da água é que o conduto auditivo é um local escuro, quente e abafado, ou seja, o local ideal para a proliferação de fungos e bactérias. E o tratamento também não é fácil, pois são muitos dias de tratamento, e deve ser feito um acompanhamento cuidadoso com seu médico veterinário. Em alguns casos recomenda-se a realização de exames complementares (exames diretos em microscópio ou cultura) para determinar exatamente qual o microorganismo que está atacando seu animal.
Em resumo, este é um problema sério, que pode piorar sensivelmente se não tratado. Recomendo que o leve rapidamente ao seu médico veterinário para que ele avalie corretamente a situação. Enquanto isso, não use nada para limpar, nem água e nem álcool (que irrita o ouvido), e principalmente, não use nenhum produto por indicação de alguém que não seja um veterinário. Essas infecções, quando tratadas de forma incorreta, podem produzir microorganismos resistentes. E aí, você vai ter uma dor de cabeça daquelas, e seu amigo, uma baita dor de ouvido!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

RAÇÕES TROCADAS


“Dr. Jayme, tenho um cachorro e um gato, ambos vira-latas. Os dois convivem super bem, mas o problema é na hora da comida: o cão quer a comida do gato, e o gato quer a do cachorro! Já me disseram que isso não é certo, e que devo proibi-los de comerem as rações trocadas. É verdade? Se for, como posso fazer para impedir essa troca?”
Cláudia
É, Cláudia, infelizmente tenho que lhe dizer que o gato não pode comer a ração do cachorro, e vice-versa. Ambos os animais acabarão tendo problemas, caso continuem comendo rações trocadas.
As rações dos gatos são mais ácidas, para acidificar a urina e evitar assim que se formem cálculos no trato urinário (problema muito comum nos gatos domésticos). O seu cachorro, comendo essa ração, está se arriscando a desenvolver uma gastrite, que poderá começar com vômitos periódicos, que poderão, se não tratados, evoluir para um problema mais sério. O gato, por sua vez, necessita desse alimento mais acidificado. Comendo a ração do cão, ele terá uma chance muito maior de desenvolver os cálculos que citei anteriormente.
Além disso, não se esqueça de que as rações, que povoam o mercado atualmente, são fruto de intensas pesquisas e são desenvolvidas com o intuito de suprir completamente as necessidades nutricionais dos animais domésticos. Mas cães e gatos são animais muito diferentes e, conseqüentemente, têm necessidades nutricionais diferentes. Quando a ração que comem está trocada, os níveis de proteínas, aminoácidos, vitaminas, gordura e umidade que estão indicados na embalagem, e que foram cuidadosamente desenvolvidos, tornam-se inúteis, pois nesse caso estão direcionadas para os animais errados.
Acredite, cães e gatos são muito mais sensíveis do que se imagina no quesito alimentação. Muitas doenças e males podem ser evitados com um correto manejo alimentar, fornecendo alimentos corretos, evitando besteiras (doces, pedaços de gordura etc.) e fugindo da obesidade.
Aliás, se pensarmos bem, o mesmo serve para nós, seres humanos, que podemos evitar a hiper tensão, a diabetes, o enfarte, e muitas outras doenças apenas pelo expediente de cuidarmos de nossa alimentação.
Enfim, para evitar essa troca indesejada de rações, o ideal é que acostume os dois a comerem em horários definidos – sem deixar que os potes de ração fiquem cheios o dia inteiro, para que comam na hora em que bem entenderem. Depois, é só separá-los na hora da bóia. Eles se verão obrigados a aceitar o que lhes é oferecido. Não ceda, não caia na lábia deles e resista bravamente aos “olhares pidões” de seus bichinhos.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

SOLIDARIEDADE QUE NÃO SAI NOS JORNAIS...

O começo do resgate... ... que terminou com final feliz.
Muito bonito o exemplo de solidariedade, coragem e engenhosidade desses dois garotos, arriscando-se para salvar um vira-latas que se encontrava em maus lençóis. Não fosse por eles, provavelmente o bicho ia mofar ali, até morrer de frio, fome ou exaustão.
Parabéns, heróis!




LANÇAMENTO REVISTA DU PET


Um projeto antigo, de dois grandes amigos dos tempos do colégio Saint John - eu e Bruno Borges, que já publica um jornal de bairro (http://www.durosas.com.br/) e a Revista Orgânica, que é exclusiva do mercado de produtos orgânicos no Brasil -, finalmente saiu de nossas cabeças e pousou no papel.
A idéia era fazer uma revista pet, com matérias, desenhos, fotos, quiz, novidades... enfim, uma revista variada sobre o tema: animais de estimação. A revista saiu, e posto aqui a primeira edição.
O formato é o que consideramos ideal para se ler em qualquer lugar: em uma fila de banco, uma sala de espera, em casa, no trabalho... enfim, uma leitura leve e gostosa para os proprietários, amantes e simpatizantes dos bichos de estimação.

A distribuição é gratuita, e abrange os bairros da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá.
Eu e Bruno fizemos a revista com muito carinho, e esperamos que todos gostem, seja lendo no papel, seja lendo on line.
Grande abraço!

REVISTA DU PET











REVISTA DU PET
















sábado, 17 de outubro de 2009

PSICOLOGIA FELINA


Entender a psicologia dos gatos é algo extremamente complicado, mesmo para veterinários que atendem aos bichanos freqüentemente.
Em primeiro lugar, querer tratar gatos como se fossem cachorros – e digo isso em relação aos donos e aos veterinários – é um erro gritante, e enorme. As duas espécies são muito diferentes, e em muitos casos agem de formas diametralmente opostas.
Os bichanos, em primeiro lugar, têm uma relação “horizontal” em relação ao seu dono. Ou seja, você pode se considerar dono dele, mas ele não o considera assim. Se você conseguir conquistar o coração dele, ele vai te considerar um companheiro, e portanto o tratará como tal. Afinal, um companheiro obedece a tudo? Aceita apanhar? Vai passear puxado por uma coleira?
Gatos são animais peculiares, e não é qualquer pessoa que se dará bem com um deles. Geralmente eles não obedecem, e fazem aquilo que lhes dá na telha: comem quando querem; pedem carinho quando estão a fim, e não aceitam quando não estão no clima; não aceitam visitas com facilidade.
Bater em um gato para discipliná-lo? Hum, bem, não acho uma boa. Primeiro porque provavelmente ele não vai passar a ser mais obediente depois de apanhar, e segundo porque ele pode ficar ressentido com você. Para sempre. Dar um tapinha muito de leve na ponta do focinho ou falar de forma mais autoritária pode funcionar. Bater, nunca.
Coleira? Pode funcionar, mas você vai ter que ter muita, muita paciência. Se colocar a coleira e sair puxando, achando que ele vai te acompanhar, vai logo descobrir o que é passear com um gato pendurado no ar pelo pescoço, ou que burro não é o único animal a empacar. Dá para ensiná-lo a usar coleira, e até passear, mas para isso você deve tirar um dia inteiro só para convencê-lo disso. Faça com que ele perceba o que você quer. Se ele ficar empacado, fique parado também. Deixe que ele comece a andar e então acompanhe. Aos poucos, você pode dar pressões leves na coleira, indicando que quer que ele te acompanhe. No começo ele vai resistir, nem que seja só pelo prazer felino de não obedecer, mas aos pouquinhos ele vai começar a te acompanhar. Só não espere que passear de coleira com um gato seja o mesmo que com um cachorro, ok?
Escolher um animal é mais ou menos como escolher alguém para se relacionar. O certo é tentar encontrar alguém que seja compatível com você, e não escolher alguém cheio de diferenças e tentar mudá-lo.
Cada um na sua.
Grande abraço e até a próxima.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

MICROORGANISMOS

Fungos, bactérias, vírus… famosos indesejáveis microscópicos que estão por aí, causando inúmeras doenças em nossos cães e gatos. Mas quem é quem, afinal, nesse universo invisível?
Em primeiro lugar, esses três microorganismos são distintos e pertencentes a reinos diferentes. Os fungos são estruturas uni ou pluricelulares, pertencentes ao reino “fungi”, ao qual também fazem parte os cogumelos, e comumente causam doenças de pele ou ouvido, entre outras. Os tratamentos são difíceis e normalmente muito demorados. Os antifúngicos tópicos necessitam de muitos dias para fazerem efeito. Já as medicações orais podem causar efeitos colaterais indesejáveis. Os fungos existem no ambiente e habitam o organismo dos animais. São essenciais em determinadas situações. Costumam causar problemas quando há imunossupressão, ou seja, uma queda no sistema imunológico. Exemplos: micose, malassezia, candidíase...
As bactérias também são microorganismos uni ou pluricelulares, pertencentes ao reino “monera” e podem causar inúmeros problemas em quaisquer locais do corpo (pele, olhos, órgãos internos, etc). São muito comuns, e existem em abundância tanto no ambiente quanto dentro do organismo de humanos e animais. Sem as bactérias, seria impossível a vida. Elas participam da digestão de forma crucial, por exemplo. Comumente as bactérias são oportunistas, ou seja, pegam carona em outros problemas para atacarem. Um cão alérgico, por exemplo, pode ficar com infecções de pele de tanto se coçar, ou um gato que sofreu um corte pela unha de outro felino pode ter a ferida infeccionada. Os antibióticos são medicações específicas para combater as infecções bacterianas. Há diferentes bases de antibióticos para as diferentes bactérias que podem atacar os animais. Exemplos: leptospirose, abscessos, piometra...
Já os vírus são organelas microscópicas – muito menores do que fungos e bactérias – que pertencem a um reino próprio. Na verdade, sequer são considerados seres vivos. São muito menores do que uma célula, e portanto não são formados por elas. São, na verdade, aglomerados de átomos. Esses parasitas obrigatoriamente intracelulares invadem as células do hospedeiro e se utilizam de seu dna para se multiplicarem. O tratamento é tão difícil, que existem pouquíssimas medicações que efetivamente os combatem – os chamados antivirais. Na maioria das vezes o que se trata são os efeitos das viroses, tentando manter o organismo o mais forte possível para que combata os vírus. A maior arma contra os vírus é o sistema imunológico. Exemplos: cinomose, aids felina, raiva...
Grande abraço e até a próxima.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

TÁRTARO


“Doutor, tenho um cachorro vira-latas de oito anos de idade. Ultimamente ele tem estado com um bafo terrível. Eu costumo dizer que é “bafo de sardinha”. Ele não pode abrir a boca perto da gente que já vem o cheiro forte. Levei-o a um veterinário que me disse que ele estava com tártaro. Será verdade? Cachorro também tem tártaro?”
Sim, os cães também podem desenvolver o tártaro, assim como os seres humanos. E realmente o tártaro quando em estado avançado no cão, causa um mau cheiro terrível, o tal “bafo de sardinha” de que você falou. Mas isso é o de menos.
Muito mais grave do que provocar mau cheiro, é o fato de que o tártaro causa gengivite. As bactérias se reproduzem causando uma infecção periodontal. Se não tratada, essa infecção acarretará em retração acentuada da gengiva e posterior perda dos dentes. Em casos mais graves, pode haver produção acentuada de pus, que pode ser ingerido pelo animal causando problemas gástricos e intoxicação, além do risco de infecção até no coração.
Como nos seres humanos, a saúde dos dentes é importantíssima, e problemas relacionados a eles podem se refletir em diferentes partes do corpo. Uma higiene adequada é essencial desde que seu cão é filhotinho, acostumando-o desde cedo a deixar que seus dentes sejam limpos diariamente. Agora, entretanto, você deverá recorrer a um tratamento mais incisivo para solucionar de forma emergencial o problema. O seu veterinário, que diagnosticou o problema, provavelmente lhe recomendará a extração do tártaro. Essa tartarectomia pode ser feita de forma manual, com aparelhos convencionais, ou através de aparelho de ultra-som. Quanto à melhor escolha, seu médico veterinário lhe indicará.
O mais importante é você se conscientizar de que esse não é um problema pequeno, e que você não deve negligenciá-lo. Trate agora para evitar problemas muito sérios no futuro.
Além do que, ninguém merece um “bafo de sardinha”!

domingo, 11 de outubro de 2009

CHRISTIAN, O LEÃO


Há inúmeras teorias sobre a capacidade de memória, inteligência, raciocínio de diferentes animais. Muitos estudiosos afirmam terem conseguido delinear um padrão de comportamento para esta ou aquela espécie animal.
Muitos donos de pets, entretanto, teimam em dizer que seus bichos fazem coisas inacreditáveis, que parecem entender tudo o que é dito, etc.
A história que contarei agora é real, apesar de parecer coisa de filme, ficção. É um caso sobre um leão, e a capacidade ilimitada dos animais de nos surpreender.
Tudo começou quando dois homens, os decoradores John Rendall e Ace Berg passeavam pela seção de animais exóticos de uma loja e encontraram um leãozinho, preso em uma jaula apertada. Era o ano de 1969.
Os dois juntaram suas economias e levaram o pequeno leão para casa. Morando em um apartamento, sem muito espaço, eles acabaram conseguindo o jardim e uma igreja para fazer exercícios com Christian, que a essa altura já atendia pelo nome que lhe fora dado. O tempo passou, e Christian cresceu, como já era de se esperar. Grande demais para viver em um apartamento, o leão precisava de espaço, muito mais espaço. Seus donos, aliás, muito mais amigos do que donos, fizeram das tripas coração e conseguiram levá-lo para a África, onde o animal conseguiu se adaptar, tornando-se inclusive o líder de seu grupo.
Um ano depois, os dois amigos decidiram visitar Christian. Foram avisados por especialistas, profissionais que trabalhavam no parque, que era impossível que o leão se lembrasse deles, e que era muito perigoso ficar frente a frente com o animal agora selvagem.
Indiferentes aos apelos dos especialistas, John e Ace foram até onde estava Christian, e o chamaram, como costumavam fazer um ano antes.
O rei da selva olhou de longe para os dois homens, levantou-se de onde estava e começou a se aproximar. Conforme a distância entre eles diminuía, o animal acelerava, passando a correr. Qualquer pessoa ficaria com medo ao ver um leão vindo correndo em sua direção. Mas os dois amigos sorriam, certos da reação e seu velho companheiro.
Bem, tentei escrever o final dessa história de várias formas, mas acabei desistindo. Há coisas que as palavras não são capazes de descrever. Por isso, para saber o final desse caso, entrem no link: http://www.youtube.com/watch?v=b96OITm42wA

sábado, 10 de outubro de 2009

9 DE SETEMBRO FOI DIA DO MÉDICO VETERINÁRIO


Você sabia?

Pois é, médico veterinário também tem um dia especial. É um dia para celebrar o profissional que atua em tantas áreas diferentes, ajudando a melhorar o mundo como um todo.
Os campos de atuação desse profissional variam muito, indo desde cuidar dos animais de estimação (cães, gatos, aves, hamsters, furões, etc), até inspecionar produtos de origem animal que serão destinados ao consumo humano - como carne, leite, ovos, laticínios e pescado -, passando ainda pelos profissionais que atuam em laboratórios de pesquisa e diagnóstico, que trabalham com animais selvagens na natureza ou em zoológicos ou que trabalham com meio ambiente. É uma profissão de muitas caras, todas com o mesmo objetivo de proteger os animais e melhorar a vida das pessoas.
Curiosidades
- O primeiro sinal da atividade de médico veterinário data de 4000 antes de Cristo, e é retratado no papiro de Kahoun.
- Em 1762, na França, entra em funcionamento a primeira escola de veterinária do mundo.
- A Salmonela foi descoberta por um médico veterinário, o Dr. Daniel Salmon, um pioneiro no combate a doenças infecciosas.
- Foi diplomado, em 1915, o primeiro veterinário formado no Brasil, o farmacêutico Dionysio Meilli. Dois anos depois aconteceu a formatura da primeira turma de medicina veterinária do Brasil, na Escola Superior de Agricultura e Veterinária (atual Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro).
- Década de oitenta. Pesquisadores começam a confirmar o que as pessoas já suspeitavam há tempos: animais de companhia são uma boa forma de medicina (um dos melhores exemplos é a equoterapia para pessoas portadoras da síndrome de Dawn)
- O médico veterinário Peter Doherty recebeu o prêmio Nobel de Medicina, em 1996.
- Hoje e sempre: o mercado vem evoluindo, e cada vez mais os profissionais que trabalham com animais de companhia são valorizados. Os pet são considerados membros da família.
Grande abraço e até a próxima!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

AGORA ONLINE

Começando...
Desde antes de entrar para a universidade, sempre adorei escrever. Sobre tudo. Ainda durante a faculdade, comecei a escrever colunas sobre o universo dos animais de estimação. Desde então, não parei mais,e hoje já tenho mais de oitenta matérias publicadas em jornais e revistas.
Agora, resolvi selecionar os melhores textos - além de escrever outros tantos novos, sobre temas atuais - e colocá-los aqui, nesse blog. O intuito é que os proprietários e amantes de animais de companhia tenham um espaço online onde possam tirar dúvidas (lendo as muitas matérias sobre doenças e problemas comuns na clínica veterinária), refletir sobre textos opinativos (falando sobre eutanásia, abandono, adoção...) e se divertir e se emocionar com as histórias reais que colecionei ao longo de anos de profissão.
Formei-me pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e guardo ótimas recordações dos anos em que morei na cidade perdida de Seropédica. Os amigos que fiz, as aulas inesquecíveis, os cursos e palestras, os três anos de estágio no Hospital veterinário de Pequenos Animais...
Espero que gostem do blog, e que sintam-se à vontade para comentar, criticar, perguntar o que quiserem.
Grande abraço.................