CIRTA - Reabilitação Integrada

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Centro Integrado de Reabilitação e Terapias Aquáticas

DÚVIDAS

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Injustiça com uma criança

Dessa vez, excepcionalmente não falarei sobre nenhum assunto do universo dos animais de companhia. Em vez disso, discorrerei sobre um fato indescritivelmente injusto que aconteceu em um condomínio da Barra da Tijuca.
Uma senhora, avó de um menino, acompanhada de seu marido, começou a falar em voz alta, lançando acusações sobre o filho da empregada de uma outra senhora. Um menino negro, e pobre – portanto, na cabeça dessa senhora, indefeso.
- Olha, esse menino pegou o caminhãozinho do meu neto – disse ela, sob o olhar conivente de seu marido, na frente de várias pessoas. – Tudo bem, isso é coisa de criança, mas a mãe dele deve conversar com ele para que isso não vire um mau hábito...
- Me desculpe, mas tenho certeza de que está enganada. O caminhão deve estar em algum outro local do seu apartamento, porque o filho da minha empregada jamais faria isso – respondeu a outra.
Mas a primeira insistiu, dizendo que o menino tinha pego, com certeza, e que estava falando aquilo para o bem dele, para que a mãe o educasse.
Me pergunto se ele fosse filho de algum rico proprietário se ela teria feito a acusação da mesma forma... Aliás, no dia havia outras crianças no local, mas só ele foi acusado.
Bem, a senhora acusada foi ao apartamento do casal acusador, levando a empregada e o filhinho dela.
Apavorado, o menino olhava para os rostos que o fitavam.
- Olha, eu sei que você pode ter pego por engano, isso acontece. Pode dizer a verdade... – disse a acusadora.
O menino de cinco anos ficou assustado, e tentou se defender, dizendo que o caminhão tinha caído debaixo do sofá, que ele se lembrava daquilo.
- Não é verdade, eu já olhei debaixo do sofá – insistiu a senhora.
Apavorado, ele apontou para baixo do sofá, no local onde ele se lembrava do caminhão ter caído. Para surpresa do casal – mas não da mãe ou da patroa – eles encontraram o caminhão ali, exatamente onde o menininho dissera que estaria.
- Ah, então me desculpe, foi um engano – desculpou-se a senhora, como se aquilo fosse o suficiente para apagar todo o sofrimento, o medo e os traumas futuros que uma acusação dessa podem fazer a uma criança tão pequena.
Aproveito para pedir que cada leitor dessa coluna imagine se isso acontecesse com seu filho, seu neto...
Dessa vez minha coluna seria leve, com uma bela mensagem de Natal e Ano-Novo para todos os leitores. Mas há uma frase, do filósofo irlandês Edmund Burke, que diz “Para que o mal vença, basta que os bons não façam nada”.
Um feliz Natal e um excelente Ano-Novo, mas acima de tudo um final de ano com justiça, bondade e tolerância.
Até 2011...