CIRTA - Reabilitação Integrada

CIRTA - Reabilitação Integrada
Centro Integrado de Reabilitação e Terapias Aquáticas

DÚVIDAS

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A importância de se ouvir o cliente

Veterinário não sabe tudo. Longe, muito, muito longe disso. Muitas vezes a gente não sabe o que o paciente tem, e é obrigado a recorrer a exames de sangue, ultrassonografias, raios x e afins para tentar fechar um diagnóstico. Mas ainda mais importante do que qualquer exame complementar é se fazer um bom histórico do problema do animal. Não falo do exame físico – que também é importantíssimo. Veterinário que dá o diagnóstico sem encostar no animal pode acabar errando – mas sim do histórico mesmo, perguntando para o proprietário.
Para isso, é preciso se ouvir o cliente. Ouvir mesmo, prestar atenção, inclusive ponderando sobre as opiniões dele. Muitas vezes tive clientes que me disseram: “acho que ele está com diarréia porque anteontem nós o levamos para a casa da minha mãe. Teve churrasco lá, então ele pode ter comido alguma coisa...”. Ou: “minha gata começou a se coçar depois da obra que fizemos no banheiro...”
Sem escutar, o veterinário fica com a cabeça fechada, já chega a um diagnóstico antes mesmo de saber o histórico completo que pode ter levado àquela doença. E o diagnóstico, depois de formado na cabeça do veterinário, não tem que ser obrigatoriamente imutável. Quantas vezes eu não estava pensando em uma determinada causa para um mal qualquer, analisando os sintomas, mas depois mudei de idéia ao computar alguma informação do cliente?
Há de se ter humildade. Não no sentido de ficar de cabeça baixa, achar que não sabe nada, ou mudar de opinião a cada frase do cliente. Mas sim no sentido de se juntar o que o cliente diz a todos os anos de estudo na faculdade, mais a experiência que se adquire na prática da profissão.
Cabe aos proprietários de animais de companhia, cobrar isso de seus médicos veterinários de confiança. Observar se eles estão realmente interessados e atentos ao que você está dizendo. Em contrapartida, é obrigação dos clientes ir ao veterinário com um histórico bem detalhado, informações importantes que possam ajudar no diagnóstico final. Não adianta, por exemplo, contar as brincadeiras que você fez com ele durante a semana, e esquecer a cor do vômito de ontem à noite.
Há inúmeras informações que variam de acordo com a doença, mas alguns itens são comuns. É importantíssimo para o veterinário saber exatamente quando o problema começou, a evolução do quadro (se vem piorando, melhorando, ou está estável), e se houve alguma mudança na rotina do pet, por exemplo.
Ah, e por favor, nada de omitir informação, florear, exagerar... mesmo que você tenha vergonha de alguma coisa (o pedação de bolo de chocolate que deu no dia daquela festinha na sua casa), conte para o veterinário.
Grande abraço e até a próxima.